sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Crenças feministas que eu abandonei: uma carta de término com o feminismo

Por Rachael Lefler (artigo traduzido do original em inglês)

Quando as pessoas escrevem este tipo de post, como o artigo de Salon sobre por que o autor deixou o Partido Republicano, muita gente responde questionando se eles eram “realmente” o que dizem ter sido. Para mim, isso é como a falácia do Escocês Verdadeiro, que diz que nenhum Verdadeiro X pode deixar de ser X e virar outra coisa. Acho que muito disso tem a ver com a forma como os humanos são socialmente preparados para criar preferências no seu grupo e preconceitos sobre outros grupos. Quando alguém abandona nosso grupo e passa a ser um “deles”, frequentemente suspeitamos de que ele fosse um falso amigo ou um espião do outro grupo desde o começo. A História está cheia de exemplos assim, bem como a literatura, e não vou te entediar com isso.

Mas a verdade é que as pessoas são mais complicadas que isso. Eu valorizo a verdade e a racionalidade acima de qualquer preocupação com lealdade a alguma marca ou grupo de pessoas. Lealdade, na minha experiência pessoal, é usada muitas vezes para silenciar a verdade ou para atacar pessoas que disseram a verdade.

Nenhuma quantidade de evidência poderia satisfazer as pessoas que dirão que eu nunca fui uma “verdadeira” feminista. Eles dirão que “ela nunca castrou ninguém”, “nunca fez protesto de topless”, “ela nunca tirou um pergaminho da vagina durante uma performance artística”, sendo assim ‘ela nunca foi uma VERDADEIRA feminista”.

Basicamente, eu era apenas uma liberal (NT: “liberal” nos EUA corresponde a  “esquerdista” no Brasil), e o feminismo era apenas outra maneira de dizer que eu rejeitava o preconceito e a intolerância. Eu comprei a ideia de que feminismo significava apenas igualdade de gênero, e eu achava que qualquer pessoa decente deveria concordar com a igualdade entre os sexos em termos de poder político. Eu pensava que as mulheres precisavam de uma representação melhor na mídia sexista, o que se refletiu em alguns dos meus primeiros artigos (por exemplo este e este).

Acho que eu disse muitas verdades naqueles artigos, mas não vejo mais o mundo com as lentes da teoria do patriarcado, e me afastei das atitudes feministas em muito do que eu penso agora. Principalmente, eu acho que o maior mito feminista é que homens e mulheres não são muito diferentes em suas estruturas psicológicas inatas. Sendo assim, tudo – tudo MESMO – que as mulheres fazem e os homens não, ou vice-versa, é criticado como resultado de um cultura sexista, e não como o que essas coisas realmente são: diferenças biológicas entre os sexos. Veja bem, a biologia dos sexos não se resume a “algumas pessoas têm pênis, outras tem vaginas”. Ela realmente impacta tudo no ser humano, desde o crescimento de pelos, estrutura óssea e muscular até, isso mesmo, traços comportamentais. E, para mim, é simplesmente desonesto quando as feministas colocam tudo sob o guarda-chuva da teoria do patriarcado, quando existem diferenças sexuais na psicologia e comportamento. Eu não acho que essas diferenças devam resultar necessariamente em discriminação; na verdade, eu acho que por causa dessas diferenças, homens e mulheres complementam um ao outro e deveriam compartilhar o poder igualmente na sociedade.

Você poderia pensar que só essa crença - de que homens e mulheres deveriam ter o mesmo poder político -  já me torna automaticamente feminista, mas não é assim. Isso me leva à primeira crença feminista da qual discordo.

Feminismo quer apenas igualdade de gênero

Você não imagina quantas vezes eu discuti com feministas e ouvi isso, e mesmo quantas vezes eu defendi isso COMO feminista. Essa frase virou basicamente uma resposta-clichê para qualquer ocasião em que uma mulher, ou qualquer pessoa, critica o feminismo. Elas apontarão para a definição dicionarizada de feminismo e dirão “ei, se você acha que homens e mulheres merecem igual tratamento perante a lei ou direitos políticos iguais, você já é feminista!”

Para mim, isso é tão idiota quanto dizer que “O ISIS segue o Islã, se você segue o Islã, parabéns, você já é membro do ISIS!”. Se o feminismo só quisesse igualdade de gênero, eu acho que mais de 90% das pessoas seriam feministas. Só que feminismo descreve posições em muitas questões políticas. Eu costumava gostar da feminista Jessica Valenti pelo livro “He’s a Stud, She’s a Slut” (Ele é um garanhão, ela é uma puta), que trata do duplo critério baseado em gênero tão comum na sociedade. Mas a Jessica NÃO acha que feminismo significa igualdade, e quando você lê blogs feministas ou assiste vídeos feministas no YouTube, fica evidente que não é disso que se trata.

Feminismo é uma ideologia e uma visão de mundo. Ele rejeita pessoas que não concordam com a maioria em questões como abordo, controle de natalidade financiado pelo Estado, teoria do patriarcado e pessoas que, como eu, pensam que as questões de gênero refletem diferenças biológicas, e não a crença feminista oficial de que qualquer diferença de gênero é causada pela opressão. O feminismo rotula as mulheres como oprimidas, mas ignora quando o sexismo impacta negativamente os homens. Vai ver os homens são tão burros que vivem oprimindo a si mesmos. Bobinhos.

Eu também não gosto como o feminismo moderno tenta se legitimar através das preocupações legítimas que existem (ou existiram) em outros lugares e épocas. Se você viajar no tempo ou olhar para países muito pobres e em guerra, com certeza vai ver muitas mulheres sendo de fato oprimidas. Em primeiro lugar, isso não tem nada a ver com o feminismo atual no Ocidente. Segundo, eu diria que os homens nessas outras sociedades são tão oprimidos quanto as mulheres, se não forem mais. Veja bem, quem é oprimido no Afeganistão, as mulheres que vestem burca por medo dos radicais islâmicos ou os homens que são pressionados a se envolver diretamente na luta armada? Sou muito grata às gerações passadas de feministas que lutaram pelo meu direito de vestir calças, votar e ir para a faculdade. Sou especialmente gratas às mulheres durante a Segunda Guerra que provaram que as mulheres eram capazes de trabalhar nas fábricas.

No entanto, eu não gosto que a menção de todas essas coisas que devemos às gerações PASSADAS signifique que devemos aceitar o feminismo no atacado hoje. Até porque também houve males causados pelas feministas ao longo da História, como a legitimação da promiscuidade, ataques à família nucelar e o aumento no índice de divórcio. Eu particularmente acho que o feminismo é uma das principais razões que levou a cultura pop americana a seu atual estado trash. Então não, eu acho que é totalmente ridículo insistir que eu ou qualquer pessoa deve se rotular como “feminista” simplesmente por defender a igualdade de gênero. Eu e acho até que, na nossa sociedade, para realmente defender a igualdade entre os gêneros seria melhor militar pelos direitos dos homens. Definir seus termos de uma forma que qualquer um que discorde pareça um babaca é desonestidade intelectual.

Teoria do Patriarcado


"Você vive usando essa palavra. Eu não acho que ela signifique o que você acha que significa."

Patriarcado é uma palavra usada direto nos círculos feministas. Meu lado cínico me diz que pode ser só um termo que inventaram para calar as acusações de que elas odeiam homens. “Não, nós não odiamos homens, odiamos o patriarcado”. Também ligada a essa visão está a ideia de que mulheres não-feministas estão “participando” do patriarcado, seja lá que merda isso signifique, uma mentalidade altamente “ou está conosco ou contra nós” em relação às mulheres. Isso vindo de um movimento de libertação das mulheres, supostamente. Elas não querem a sua liberação, querem seu sofrimento. Querem se masturbar com sua dor de vítima patética do “patriarcado”.

Quem me conhece bem sabe que detesto teorias da conspiração. Elas se tornaram tão comuns na nossa cultura porque as pessoas querem algo externo para culpar pelas coisas que deram errado na sociedade, como o 11 de setembro, guerras, economia em declínio, perda de liberdades e crises ambientais. Todo teórico da conspiração faz isso e, para mim, acreditar que o patriarcado está por trás de todos os problemas afetando mulheres e meninas não é tão diferente de botar a culpa da nossa crise econômica nos judeus. Ambas as explicações pegam um grupo que não tem nada a ver com a história e o usam como bode expiatório.

As feministas dizem que culpar o patriarcado não é culpar os homens. Sério? A palavra patriarcado, etimologicamente, deriva de “pai”, e descreve qualquer sociedade em que os homens têm a maioria do poder político. A questão é que quase todas as sociedades, do passado e do presente, foram patriarcados, apesar das diferenças culturais, e me parece que isso prova que os homens são simplesmente mais dominantes e predispostos a buscar liderança política que as mulheres, que parecem, em todas as culturas, preferir exercer uma liderança privada e doméstica. A explicação para isso não tem a ver com uma conspiração alienígena, mas sim com biologia; mulheres têm os bebês, bebês precisam ser alimentados e cuidados em casa, homens tem que sair para pegar comida e proteger a mulher e o bebê.

(...)

Enfim, eu considero que a teoria do patriarcado faz uma série de afirmações amplas que não são corretas, então o cerne do pensamento feminista está comprometido por uma lógica falha. Ele se baseia no pensamento marxista sobre classe, mas no lugar da burguesia oprimindo o proletariado, é a classe dos homens oprimindo a classe das mulheres. Isso cria generalizações e não permite nuances ou exceções. Também desconsidera as mulheres que tiveram e continuam a ter influência polítca. A teoria também usa opressão como um modelo para explicar comportamentos que, na minha opinião, tem mais a ver com características biológicas.

Cultura do estupro

Um dos primeiros abalos no meu feminismo foi ver a reação feminista exagerada à canção “Blurred Lines”. Tudo bem, eu não gosto dessa música e acho ela bem idiota. Mas o fato é que era apenas mais uma de muitas músicas pop idiotas, nem melhor nem pior que as outras.

Mas não foi assim que as feministas de vários sites na internet entenderam. Elas escreveram páginas e páginas iradas sobre como a canção de alguma forma promove o estupro, ou pelo menos questiona o ideal feminista sobre consentimento – que deve ser sempre sóbrio e firmemente estabelecido, do contrário o sexo será estupro.

Ora, eu acho que é importante que o sexo seja consensual. E ninguém realmente apoia o estupro, exceto alguns indivíduos doentes que provavelmente não estão lendo isso porque estão na cadeia agora. Mas será que uma música como “Blurred lines”promove o estupro?

Eu acho que não. Trechos como “I know you want it, but you’re a good girl” são considerados “problemáticos” por algumas mulheres, mas para mim eles significam apenas que a mulher da canção provavelmente deu pistas não-verbais de flerte/interesse sexual, e a letra não diz, importante destacar, nada sobre forçar uma mulher a ir pra cama com o cantor POR CAUSA desses sinais. Consentimento verbal é ótimo, mas insistir nisso ignora o fato de que sexo envolve sensação, olhar, linguagem corporal, hormônios e feromônios em primeiro lugar, e em segundo a parte verbal. Eu não tinha percebido até então o quanto o feminismo gira em torno e depende de nós mulheres ficarmos eternamente espantando o medo de estupro. Inúmeros casos me mostraram que essa hipersensibilidade a tudo considerado “estupro” parece cada vez menos uma preocupação com as vítimas reais - especialmente quando são homens, totalmente ignorados por essa teoria –e mais com uma desculpa para manter as mulheres com medo dos homens o tempo todo. Se a sua frescura não tiver limite, qualquer coisa pode ser chamada de estupro. As feministas não se cansam de falar sobre estupro, como se ele estivesse em toda parte. Elas até inventam estatísticas mentirosas para fazer parecer que um número assustador de mulheres serão estupradas em algum momento da vida.

Mais sobre como a “cultura do estupro” não tem nada a ver com apoiar as vítimas reais de estupro pode ser visto aqui (http://www.avoiceformen.com/feminism/feminisms-mythological-rape-culture/ ). Basicamente, esse autor compartilha minha crença de que a “cultura do estupro” foca apenas numa relação binária, em que os homens são sempre os perpetradores e as mulheres são sempre apenas vítimas. Esse não é o mundo em que vivemos. 

A diferença salarial entre os gêneros é causada por sexismo

A DIFERENÇA SALARIAL. Uma das maiores mentiras inventadas pelas feministas

Longe disso. A diferença salarial entre os gêneros desaparece quando você realmente olha – como as feministas dizem – para mulheres e homens que fazem o mesmo trabalho. Aquele papo de que “mulheres ganham 77 centavos para cada dólar que os homens ganham” NÃO estava considerando mulheres que fazem o mesmo trabalho que homens e descobrindo que elas ganhavam menos por serem mulheres. Acontece que as mulheres escolhem trabalhos que são geralmente em ambiente coberto, doméstico e atividades como pedagogia, biblioteconomia e enfermagem, enquanto os homens tendem a escolher mais trabalhos ao ar livre, envolvendo mais força física e risco de acidente, pelos quais eles recebem mais, mas sofrem taxas muito mais altas de acidentes e mortes no trabalho.

"Mas como ousa um pescador de caranguejo ganhar mais que uma bibliotecária?"

Seja como for, vários estudos já refutaram o argumento da diferença salarial, então não vou perder muito tempo com isso. Mesmo o ultra-liberal Huffington Post fez um artigo sobre isso. É tão óbvio que a tal diferença salarial não é um problema real. E se fosse, será que as empresas não contratariam mais mulheres e evitariam os homens, já que poderiam cortar gastos se as mulheres aceitassem mesmo ganhar menos? Outra verdade inconveniente para as feministas é o fato de as mulheres fazerem escolhas diferentes no balanço vida pessoal x carreira, preferindo mais tempo com a família a longas horas de trabalho. Se algum sofre de expectativas sexistas, são os homens, com a expectativa de que eles devem ser máquinas de trabalho que não precisam de vida familiar nem descanso, porque pedir isso aos chefes faz os homens parecerem fracos, mas para as mulheres já é algo perfeitamente natural.

Além disso, segundo uma matéria que ouvi na NPR sobre uma mulher que trabalha num alto cargo em Wall Street, as mulheres ganham menos bônus que os homens porque elas simplesmente não os pedem com tanta frequência ou com tanta cara-dura quanto os colegas homens. Isso não é cultura sexista, são impulsos biológicos. Os homens sentem necessidade buscar mais e mais dinheiro, e as mulheres podem ajudar nossa sociedade obcecada por dinheiro porque elas parecem se contentar com menos e entendem a necessidade de conciliar trabalho e vida pessoal. Mas não escolha tirar mais tempo de folga e pedir menos aumentos e depois venha culpar o sexismo por seu colega ter ganho um aumento que ele PEDIU, enquanto você não ganhou um aumento que você NÃO pediu, ok? Simples. 

Sexismo é o motivo pelo por que há poucas mulheres em engenharias e ciências exatas

"Devia haver mais mulheres em matemática e ciências". Formou-se em Estudos Feministas.

Essa questão remete ao debate natureza x educação. As feministas querem te convencer de que o patriarcado ou o sexismo é o que faz as mulheres escolherem, de modo geral, ir para as ciências humanas e sociais, em detrimento das ciências exatas.

Isso me irrita por duas razões. Primeiro, feminismo é sobre escolhas e liberdade para as mulheres, então por que reclamar de mulheres fazendo escolhas “erradas”? Segundo, isso reforça o mito, comum na nossa sociedade, de que os diplomas em humanidades e ciências sociais valem menos que os diplomas em tecnologia e engenharia. Se eu estou numa depressão, não vou consultar um bacharel em ciência da computação. Se eu quero encontrar a solução para o conflito Israel-Palestina, provavelmente não ligarei muito para que os matemáticos têm a dizer sobre o assunto. Nós temos essa crença na tecnocracia, vemos a ciência e a tecnologia como uma panaceia, mas eu acho que não são, e que existem inúmeras utilidades nas ciências humanas. 

Novamente, eu acho que isso é um caso de naturezas diferentes, mas complementares, de homens e mulheres. Mas as feministas veem essa divisão de áreas por gênero e pensam que ela não é resultado de preferência diferentes, mas sim de uma socialização desigual. “Meninas são socializadas para não querer ser engenheiras pelo fato de que os Legos são vistos como para meninos”, elas reclamam. Acontece que eu brincava com Lego e outros brinquedos de construção, e nem por isso me tornei engenheira. Legos são de gênero neutro, não “masculinos”. (voltarei à questão dos brinquedos mais tarde, é um dos tópicos feministas que realmente me irrita)

Outro problema é que esse mito enxerga as mulheres como tendo mentes tão fracas que podem ser dissuadidas de perseguir seus sonhos por causa do sexismo. Isso ignora a coragem de mulheres que realmente fizeram coisas incríveis nas áreas tidas como masculinas, e assume que as mulheres podem ser psicologicamente demolidas por qualquer coisa remotamente ofensiva, como uma camisa.
 
Deveríamos poder vestir o que quisermos sem sermos objetificadas. Pousou uma nave num cometa. Forçado a se desculpar porque sua camisa ofendeu feministas.

Essas coisas me deixam louca, preciso de uma pausa para gatinhos. 

Ah, bem melhor.



A sociedade marginaliza e subestima a violência contra mulheres

Como na “cultura do estupro”, esta alegação feminista diz que a sociedade possui um preconceito oculto ou misoginia que faz as pessoas não respeitarem mulheres vítimas de violência ou não as levarem tão a sério. Mas o modo como a mídia e a sociedade estão estruturadas (com muito mais abrigos para mulheres vítimas de violência que para homens na mesma situação, por exemplo) aponta justamente para o contrário. (...) 

De fato, o que eu vejo acontecer é o oposto: vejo homens que são atacados por mulheres sendo chamados de “viadinhos”, ou seja, tendo sua masculinidade questionada, mas mulheres que são atacadas por homens são vistas como “sobreviventes” e – simultânea e paradoxalmente – como “vítimas caladas da opressão”... sei, como se alguém as estivesse silenciando, quando elas estão por toda parte na internet e nos noticiários. Acabo de assistir um especial de uma hora da CNN sobre as mulheres que estão acusando o ator Bill Cosby de estupro. Ninguém está silenciando ou marginalizando essas mulheres, a maioria das pessoas está é parabenizando elas pela coragem de finalmente vir a público contar em detalhes embaraçosos suas lembranças traumáticas. Mas a narrativa feminista é que as mulheres têm que sempre, em todos os casos, ser VÍTIMAS. 

Isso leva as feministas a:
  1. Ignorar e marginalizar casos em que a vítima é homem, muitas vezes ridicularizando sem piedade esses homens (como neste vídeo.)
  2. Ignorar e marginalizar casos em que uma mulher comete a agressão, chegando até ao ponto de apoiar a agressora (também está no vídeo acima).
  3. Apoiar atitudes sexistas, paradoxalmente, sobre como as mulheres são vítimas e os homens são os valentões agressivos. 

Basicamente, a teoria feminista se apoia no padrão homens=culpados e mulheres=vítimas. Nos casos em isso está invertido, as feministas ainda encontram um jeito de culpar os homens ou o “patriarcado” pela vitimização masculina ou, mais frequentemente, elas simplesmente ignoram esses casos como meras exceções da regra geral. Mas deveria ser óbvio que, provavelmente devido a diferenças biológicas, as pessoas em geral têm mais empatia pelas mulheres que pelos homens, e essa habilidade feminina de inspirar empatia não é algo que devemos ao feminismo.

Gênero não tem relação com o sexo biológico

Cortar metade do cabelo. Desenhar um bigode em metade do rosto. Porque o patriarcado!

A teoria de gênero propagada pelas feministas mainstream atuais diz que não existe base biológica para os gêneros; que é tudo uma questão cultural, e que o sexo físico não determina o gênero cultural. Acontece que, para a grande maioria das pessoas, seu sexo biológico também determina muitas das suas características psicológicas inatas. Eu sei que existem pessoas com diversos distúrbios que não possuem sexo, ou possuem algum intermediário entre os dois sexos normais. Mas dizer que isso invalidade a ideia de que sexo existe é como dizer que, já que existem muitos distúrbios neurológicos, você não pode criar um teste de inteligência, porque a pessoa a ser testada pode ter um desses distúrbios. Não que pessoas com alguma desordem sejam de alguma forma menos humanas, mas falar delas não é uma maneira útil de discutir gênero ou sexo.

Existem dois gêneros, porque na natureza existem dois sexos. Eu sei que esta posição será extremamente controversa, e já posso ouvir a chiadeira. Mas, basicamente, todos os outros tipos de gênero ou sexo não fogem realmente desse binário, eles são na verdade alguma combinação de características masculinas e femininas. Um transgênero é apenas alguém biologicamente homem ou mulher que escolheu se identificar culturalmente como do sexo oposto. Eu não vejo problema nisso.

O que me preocupa é ver as pessoas insistindo que gênero não tem relação nenhuma com biologia, como se um velho barbudo no alto de uma montanha tivesse nos dado essas regras para a definição patriarcal de gênero. A verdade é que, desde muito novos, meninos e meninas exibem diferenças psicológicas, como qualquer um que já tenha sido pai ou professor de crianças pequenas sabe, e conforme crescemos e chegamos à puberdade, essas diferenças nos nossos cérebros se acentuam ainda mais. Não dá pra separar mente e corpo aqui. Mulheres e homens tem níveis diferentes de certos hormônios, os estímulos afetam seus cérebros de maneiras distintas, eles se comunicam diferentemente, e têm prazer em tipos de atividades diferentes. Não existe uma conspiração maléfica nisso, é simplesmente o modo como as coisas são. Pare de tentar desesperadamente ser especial e uma exceção, e aceite simplesmente que existem tendências gerais para os gêneros. Você deve fazer aquilo que lhe parecer mais natural, sem se preocupar em como isso deveria mudar a maneira como você se rotula.

Um coisa que eu odeio especialmente é o termo “genêro-fluido”.. pelo amor de Deus, você não é uma incrível pessoa “gênero-fluida” se é homem e gosta de bordado, ou se é mulher e gosta de caratê.  Você é apenas um cara que gosta de bordar ou uma mulher que curte caratê! Simples assim. O termo parece reforçar estereótipos, quando assume que se um homem ou mulher age de maneira não-estereotipada, eles só podem estar agindo “como um homem” ou “como uma mulher” devido a uma super-rara-mega-ultra- cool-identidade-de-gênero, faça-me o favor.

Crianças não têm preferências inatas que variam com o gênero/sexo

Todo dezembro as festas de fim de ano são marcadas por uma grande tradição feminista: reclamar dos brinquedos infantis. Você fica pensando se essas mulheres não tem nada melhor pra fazer do que reclamar de algo tão ridiculamente trivial. Afinal, as feministas vivem dizendo que o feminismo trata de questões políticas muito sérias, mas o que a gente mais vê é elas reclamando sobre: 
  • letras de música
  • uma camisa
  • lâminas de barbear/depilar
  • fantasias de Halloween
  • filmes da Disney
  • bonecas
  • Legos (o horror!)
  • árvores (talvez)
Quanto mais elas reclamam desses pseudo-problemas triviais, mais difícil fica levar as feministas a sério. Será que os brinquedos praticam sexismo? Brincar com Barbies faz uma lavagem cerebral nas meninas para que se tornem esposas submissas? Se qualquer outra pessoa dissesse que os brinquedos são instrumentos de lavagem cerebral infantil, ela seria chamada de louca, mas devemos concordar quando uma feminista diz que algum brinquedo é um instrumento dos homens para influenciar as meninas? Que diabos? 

Na realidade, o motivo pelo qual as fabricantes fazem os brinquedos desse jeito é por que equipes de pesquisa e desenvolvimento gastaram muito tempo e dinheiro testando seus produtos e vendo quais teriam mais chance de sucesso no mercado. Meninas parecem preferir naturalmente cores claras (como o rosa) e brincadeiras sociais e de cuidar. Elas também parecem preferir brincadeiras envolvendo imaginação e fantasia. Já os meninos parecem preferir brincadeiras violentas, de destruir coisas, e jogos envolvendo objetivos e estratégia. Meninos gostam mais de ação, e também gostam mais de ciência/tecnologia que meninas.

Quase toda criança será exceção em alguma dessas tendências gerais, claro. Quando eu era criança, por exemplo, eu achava Barbie muito chata, e adorava jogos de computador. No entanto, a tendência geral ainda é uma maneira válida das fabricantes preverem o que vai agradar meninos e meninas. É muito difícil, dadas essas diferenças inatas, criar brinquedos que agradem igualmente a meninos e meninas. E conforme meninos e meninas crescem, as diferenças também aumentam.

Videogames e cultura gamer = misoginia

(ver no artigo original em inglês)

Conclusão

Desculpem pelo tamanho do post. Se você gosta do meu trabalho, por favor veja meu perfil  e meus outros artigos – basicamente sobre anime no Hubpost e em breve mais artigos críticos ao feminismo no A Voice For Men. Não é minha política banir comentários, mas tente fazê-los razoáveis e respeitosos. Ninguém merece ser atacado só por discordar de você, embora eu me sinta quase convidando ataques só por ousar falar abertamente e dizer ao mundo o que eu realmente penso. Mas, se você não for maldoso comigo, não serei com você, então não hesite em comentar.


Sobre a autora: Rachael Lefler
Rachael é fã de anime e começou escrevendo um blog sobre o assunto, mas também se interessou em política e direito durante seus estudos na Illinois State University. Embora sua formação principal seja em História da Arte, ela pretende estudar Direito Internacional após a graduação. Seus interesses acadêmicos são variados, incluindo ciência, arte, psicologia, sociologia, línguas, história, literatura, direito e filosofia. 

2 comentários:

  1. Texto Incrível! Assim como você, me considerava feminista. Quando aconteceu a Marcha das Vadias, na época em que o Papa esteve no Brasil que comecei a repensar sobre o assunto. Se formos observar pelos ''primórdios da palavra'': Igualdade/Direitos Iguais. Sim, eu diria que sou Feminista! Mas atualmente, chego a ter vergonha de assumir. Pois as pessoas (de pouco entendimento) acabam achando que Feministas são todas iguais, e as que se mantém nos ''tabloides'' são as Radicais, causando assim uma confusão nas pessoas. Concordo com tudo que você disse!
    É um alivio para mim ver alguém com pensamentos parecidos com o meu. Estarei entrando para o curso de Ciências Sociais, e digo-lhe: ''Estou assustada''. Tanto que venho preferindo tomar uma posição ''neutra'' no curso, para evitar conflitos. Já que todos que pensam de maneira contrária são atacados!
    É claro que, quero andar por aí sem a preocupação de ser estuprada. É claro que quero que me respeitem, seja eu '''''puta''''' ou ''comportada''. Afinal, faço com minha vagina o que bem entender. Mas como algumas mulheres parecem achar, isso NÃO É MOTIVO PARA SE ORGULHAR.
    Sempre brinquei com Barbie, isso porque preferia. Tenho um irmão que regula idade comigo, e quando bem entendia brincava com '' coisas de menino'' como ele. Isso não fez de mim uma mulher que deseje, casar-se com um príncipe encantado (isso porque eu também cresci assistindo filmes de princesas), ou ter uma penca de filho ( o que eu até quero, mas porque tenho vontade de ser mãe. E É ESCOLHA MINHA. Também gostaria de dizer, se caso eu não tenha um parceiro futuramente, adotaria uma criança ou faria inseminação artificial. Porque ser mãe é um desejo meu, não algo que alguém me impôs).
    E eu também não gosto da palavra patriarcado...
    Bom, gostaria de agradecer por ter exposto sua ideia, e ter-me feito alegre, pois não estou mais me sentindo sozinha, sobre o que eu penso.
    Seilá, falei tanta coisa aleatória, mas eu só queria agradecer mesmo!

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    1. Agradeço seu belo depoimento, Millena! (E desculpe a demora para publicar seu comentário, é que os comentários são moderados e passei um tempo sem checar o email da page)

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